Cada vez mais temos evidências de hábitos e práticas que colaboram para um envelhecimento saudável, podendo retardar ou até prevenir o surgimento de doenças degenerativas; entenda
Mesmo que a medicina tenha avançado significativamente nas últimas décadas e, com isso, a expectativa e qualidade de vida do ser humano tenham aumentado consideravelmente, ainda não somos capazes de reverter o envelhecimento e muitos dos efeitos prejudiciais que eles trazem para a saúde.
É claro que não podemos subestimar os efeitos positivos e protetores da saúde que os hábitos saudáveis, como a atividade física e a boa alimentação, podem proporcionar para a longevidade e qualidade de vida como um todo.
Contudo, existem alguns problemas, como as doenças degenerativas (que afetam o cérebro), que parecem fazer parte de casos mais delicados.
O envelhecimento está diretamente ligado ao declínio cognitivo, e isso é natural até um certo ponto.
Por isso, é comum que idosos levem mais tempo para realizar algumas tarefas que requerem mais concentração mental, além da evidente perda de memória, que começa a ficar mais acentuada com o passar dos anos.
Porém, é preciso tomar muito cuidado para não termos como “normal” todo e qualquer sintoma de declínio cognitivo que venha com a idade.
Na maioria das vezes, as doenças degenerativas são silenciosas, e podem começar apresentando nenhum sintoma ou até mesmo aqueles que são dados como “comuns” da idade.
Dessa forma, é preciso entender a importância de um diagnóstico precoce e também buscar soluções que possam evitar ou atrasar a chegada desses problemas.
O envelhecimento do cérebro
Muito se fala a respeito dos aspectos físicos do envelhecimento, como dores musculares e nas articulações, perda de força e desempenho físico em geral.
Mas a mente, ou melhor, o cérebro, não está imune a esse processo.
É estimado que uma pessoa de 90 anos tenha uma massa cerebral cerca de 10% a 20% menor que uma de 50 anos, com o processo crítico de perda cognitiva começando a partir dos 60 anos de idade.
Essa redução da massa cerebral também quer dizer que o número de neurônios diminui. Estes, que são responsáveis, a grosso modo, pela transmissão de informações.
Como dissemos acima, esse processo de envelhecimento é normal até certo ponto. O problema acontece quando essa queda cognitiva abre portas para a possibilidade de uma doença degenerativa como o Alzheimer ou Parkinson.
A importância do diagnóstico precoce e o acompanhamento
Sinais de declínio cognitivo devem sempre receber uma atenção redobrada, seja da própria pessoa ou dos familiares e amigos.
Isso porque as doenças degenerativas, assim como muitas outras, têm uma chance maior de sucesso no tratamento quando estão em seus estágios iniciais.
Mesmo não havendo uma cura definitiva para essas doenças, o diagnóstico precoce favorece o controle dos sintomas, garantindo mais qualidade de vida para a pessoa e àqueles de seu convívio.
Esse, na verdade, é outro ponto muito importante para estarmos atentos quando a doença começa a se manifestar: a preocupação da pessoa com os outros ao seu redor.
Ao receber um diagnóstico de uma doença degenerativa, como o Alzheimer (também apresentado como demência) ou a doença de Parkinson, a pessoa pode se sentir vulnerável e assustada, acreditando que perderá a sua autonomia e passará a depender dos familiares e amigos mais próximos até para as tarefas mais simples.
É então que entra o perigo de outra letalidade associada a essas doenças: o suicídio.
Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de suicídio em idosos com mais de 70 anos (8,9 mortes por 100 mil, nos últimos seis anos) é maior do que a média nacional em outras idades (5,5 mortes por 100 mil, no mesmo período).
É claro que esse problema também está relacionado a uma origem multifatorial.
Além das questões de apreensão sobre o futuro do diagnóstico, há também fatores como falta de atividades sociais e perda de vínculos com outras pessoas, que deixam os idosos solitários, tristes e podem contribuir para o agravamento das doenças.
O acompanhamento familiar é extremamente importante para prevenir esse problema, que tende a ser até 3 vezes maior após o primeiro mês do diagnóstico.
Além da atenção aos primeiros sinais das doenças para aumentar as chances de sucesso dos tratamentos, junto com o acompanhamento constante após o diagnóstico, já são especuladas algumas formas que podem atrasar ou até mesmo inibir o surgimento dessas enfermidades.
A ginástica cerebral
Assim como a atividade física é essencial para evitar a perda dos músculos (sarcopenia) e outros problemas que podem surgir com a idade, também devemos estimular o cérebro para que ele se mantenha o mais saudável possível.
Estímulos mentais são altamente importantes para manter e criar funções cerebrais, como a neurogênese (criação de novos neurônios), que colaboram para frear o declínio cognitivo.
Ao contrário do que muitos podem pensar, esses estímulos mentais não estão ligados a realizar operações matemáticas complexas ou jogar xadrez o dia todo.
Segundo o neurologista Guillermo García Rivas, em entrevista ao jornal El País, atividades como ler livros, revistas, artigos, assistir filmes, séries, jogar jogos variados ou um simples caça-palavras são tarefas que geram um bom estímulo mental. Existem, inclusive, evidências suficientes de que possam até mesmo reduzir o risco de deterioração cognitiva.
Os benefícios também se mostram presentes para quem quer ir além.
De acordo com um estudo publicado na Academia Americana de Neurologia, pessoas que falam mais de um idioma têm uma alta probabilidade de atrasar o surgimento de demência, independente da educação formal recebida.
Além da ginástica mental, também existem fortes evidências de que atividades físicas regulares também estendem seus benefícios para a saúde cerebral. Afinal, nosso corpo está todo conectado, sendo assim, o importante é estar atento a possíveis sinais de problemas cognitivos e manter hábitos que sejam saudáveis para o seu corpo e mente.
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