A estação mais fria do ano pede atenção redobrada quando o assunto é a saúde e bem-estar dos idosos. Entenda mais na matéria abaixo
Oficialmente, o inverno começou no dia 21 de junho, mas quem é da região já vem sentindo os dias frios há algumas semanas.
Essa estação, que é detestada por muitos e amada por outros, tem algumas particularidades que podem impactar a nossa vida e nosso dia a dia, principalmente quando estamos falando de idosos.
A saúde dessa faixa etária pode ser mais vulnerável e até mesmo o frio pode prejudicá-la, sabia?
Afinal, quem nunca escutou a famosa frase: "Vista um casaco ou vai pegar um resfriado”. Porém, apesar de popular, ela pode não ser verdadeira.
Pois é! De fato, não há evidências científicas de que ela esteja correta.
De acordo com a maior parte da literatura científica, a exposição a baixas temperaturas, de forma moderada, como no inverno, não aumenta a suscetibilidade a infecções.
Mas, então, por que temos isso como conhecimento popular de forma tão difundida?
Bem, existem duas razões pelas quais o inverno é uma estação de gripes e resfriados:
1) No inverno, as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, em contato mais próximo umas com as outras, e, assim, têm mais facilidade para transmitir agentes infecciosos, sejam eles vírus, bactérias ou fungos.
2) Além disso, o vírus da gripe (o clássico Influenza) permanece no ar por mais tempo quando ele está frio e menos úmido. O vírus, por si só, não tem uma capacidade de infecção maior por conta da temperatura.
No entanto, a ciência ainda não bateu o martelo sobre o assunto.
Muitos pesquisadores continuam interessados nessa questão em diferentes populações. Alguns experimentos com ratos, por exemplo, sugerem que a exposição ao frio pode reduzir a capacidade de lidar com infecções.
Mas e em humanos? Bem, um estudo publicado na American Physiological Society mostra alguns experimentos nos quais os voluntários foram brevemente mergulhados em água fria ou passaram curtos períodos de tempo nus em temperaturas abaixo de zero.
Os pesquisadores também analisaram pessoas que viveram na Antártica e aquelas em expedições nas Montanhas Rochosas canadenses. Os resultados foram misturados.
Por exemplo, foi registrado um aumento nas infecções respiratórias em esquiadores competitivos que se exercitam vigorosamente no frio. Mas se essas infecções são devido ao frio ou outros fatores, como o exercício intenso ou a secura do ar, não foi possível concluir.
Depois, foram revisados centenas de estudos médicos sobre o assunto e ficou definido que não há necessidade de se preocupar com a exposição moderada ao frio, já que ela não tem efeito prejudicial sobre o sistema imunológico humano.
Agora, uma pausa na defesa do inverno.
Todas essas questões que trouxemos até aqui são referentes a populações, jovens, saudáveis, outras espécies de animais ou ambientes controlados.
Isso significa que quando se trata de idosos, a situação pode – e provavelmente será – muito diferente.
Mesmo que a própria temperatura não tenha influência sobre como certos agentes infecciosos se comportam ou como nosso sistema imune responde a eles, ainda há a possibilidade de efeitos indiretos dessa estação comprometerem a saúde desse grupo.
É por isso que, então, devemos tomar alguns cuidados extras com essa população mais vulnerável. Confira abaixo o que pode ser feito.
Vitamina D: atenção redobrada
No inverno, a incidência e exposição solar são consideravelmente menores.
Ou seja, há menos luz solar e nós ficamos menos tempo sob ela, já que a tendência, como dissemos acima, é estarmos dentro de lugares fechados.
Além disso, agora, há também a questão excepcional que vivemos, de lockdown e isolamento social.
E isso pode ser um problema maior do que imaginamos.
Como sabemos, a luz solar é importante para a síntese de vitamina D no nosso organismo, que é responsável por uma série de funções, como a regulagem de cálcio e fósforo e a absorção de sais minerais pelo intestino.
Tudo isso é importante para a manutenção da saúde dos ossos e a força muscular – duas questões que tendem a ser um problema para muitos idosos, que sofrem com osteoporose e sarcopenia.
Como se não bastasse a dificuldade de manter níveis adequados de vitamina D durante o inverno, uma pesquisa de 2018, do IBGE, mostrou que 99,6% dos homens e 99,2% das mulheres têm níveis insuficientes de vitamina D e outras vitaminas e minerais no organismo.
Mesmo morando em um país tropical, as pessoas parecem não dar a devida atenção à necessidade de uma exposição solar diária, mesmo que pequena, para garantir a síntese de vitamina D, que é tão importante para nossa saúde e ainda mais vital para populações mais vulneráveis, como os idosos.
Por isso, especialmente no inverno, e se tratando de pessoas da terceira idade, é preciso verificar os níveis séricos (circulantes) de vitamina D através de exames laboratoriais, e tentar obter ao menos 20 minutos de luz solar diariamente, fora de horários de pico – preferencialmente entre 7h e 10h ou 16h e 18h – e, caso seja recomendado por um especialista, com o uso de protetor solar.
Vacinação em dia
Ainda que o vírus da gripe não tenha sua capacidade de infecção aumentada por conta do inverno, alguns dos nossos hábitos nessa temporada podem facilitar o contágio, e, por isso, é importante se vacinar também contra a influenza.
Devemos lembrar que, mesmo que apresentando uma agressividade menor do que outros vírus, a influenza ainda está relacionada a uma série de complicações – principalmente entre pessoas com mais idade – como pneumonias e doenças cardíacas.
A vacinação é importante pois reduz drasticamente as chances de complicações e até mesmo de contágio, diminuindo a circulação do vírus, que acabará protegendo não apenas um indivíduo, mas todo o coletivo.
Atividade física e cuidados com pele e corpo
Já abordamos aqui no blog como é importante se exercitar e que você não precisa passar horas na academia para obter os benefícios dessa atividade. Apenas alguns minutos por dia já trazem melhoras para a saúde, especialmente para os idosos.
No inverno, os exercícios são ainda mais importantes, pois, é natural que não tenhamos a mesma disposição para nos movimentar.
Ainda assim, é preciso manter a musculatura, articulações e ossos saudáveis, além de também melhorar o sistema imunológico, que pode prevenir e reduzir o efeito de algumas doenças que são comuns nessa época do ano.
Outra questão é que a pele dos idosos tende a ser mais sensível e precisa de cuidados especiais.
No inverno, essas condições podem ser aumentadas, através do ressecamento por conta do frio e baixa umidade ou, então, pelos banhos muito quentes e longos. Nesse caso, o ideal é manter a pele sempre hidratada e tomar cuidado com a exposição à água quente.
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