Feriado de Finados é praticado por religiosos de todo o mundo no dia 2 de novembro. Saiba mais sobre essa data com tradição milenar
O Dia de Finados é, para muitos, uma data que reúne familiares para lembrar e orar pelos entes queridos que partiram. O feriado tende a ser importante principalmente para pessoas que ainda enfrentam o luto, pois podem se encontrar emocionalmente com quem as deixou e, dessa forma, aliviar sentimentos que estejam causando desconforto.
Esse dia também é marcado de diferentes formas pelas pessoas ao redor do mundo. No Brasil e Portugal, por exemplo, a data é usada principalmente para visitação dos túmulos.
Já em alguns países hispânicos, como o México, é comum a comemoração do dia, pois se acredita que os mortos voltam para visitar seus familiares e amigos. Ainda que não seja uma tradição que desdobra diretamente da fé cristã, esse é um dos motivos para uma “celebração” tão diferente da que vemos por aqui.
Essa tradição que é compartilhada de diferentes maneiras por todo o mundo é mais antiga do que você imagina. Para conhecer suas origens, continue lendo abaixo:
De antes das religiões
Como você deve imaginar, as religiões poli e monoteístas que conhecemos hoje adotaram práticas humanas que eram realizadas muito antes do surgimento dessas crenças.
Você já deve ter visto aqui, onde falamos sobre o sepultamento na era dos caçadores-coletores – uma forma de se despedir dos mortos, evitar contaminações entre as outras pessoas e não atrair predadores.
Com a origem de um dia especialmente para os finados, não foi diferente.
É possível encontrar relatos de culturas pagãs e até mesmo tribais que praticavam certos tipos de rituais especialmente para os seus mortos. Seja para assegurar uma boa passagem para o outro plano (independente de quanto tempo a pessoa tenha morrido) até para estabelecer contato entre os familiares falecidos com os vivos.
Oficialização
Ainda no século 2, de forma não-oficial, era possível encontrar cristãos que praticavam o hábito de rezar pelos mortos e também visitar seus túmulos. Um costume que continuou por mais alguns séculos até chamar a atenção da Igreja para a necessidade de se falar oficialmente sobre o assunto.
O que nos leva até o século 5, quando a Igreja passou a incorporar um dia do ano para lembrar das almas esquecidas – aquelas dos quais não haviam familiares ou amigos para rezarem.
Até que então, finalmente, ocorreu sua oficialização no século 11, quando a Igreja Católica oficializou a data como Dia de Finados, em 2 de novembro – um dia depois do Dia de Todos os Santos, uma decisão da Igreja baseada em algumas passagens bíblicas.
Santo Agostinho
Contudo, muito antes de se tornar uma data oficial da fé cristã, atendendo as vozes dos fiéis que praticavam as orações de seus mortos, Santo Agostinho, no século 3, publicou um livro que estipulava as bases para como os cristãos deveriam tratar os mortos.
O que, claro, serviu como forte inspiração para a Igreja na hora de oficializar a data.
O livro fala sobre as orações pelos mortos, suas aparições para nós e como devemos lembrá-los com honra e respeito.
Isso nos leva também a incorporação de lápides que, segundo Agostinho, são monumentos para que as pessoas continuem nas memórias dos vivos. Uma forma de lembrança fixa, para os mortos desaparecerem debaixo da terra e não caírem no esquecimento.
Sobre as orações para os mortos, Agostinho diz: “assim, quando o pensamento de alguém se concentra sobre o lugar onde o corpo de um ente querido jaz e esse local esteja consagrado pelo nome de um mártir venerável, então a afeição amorosa recorda-se e reza, recomendando o falecido querido a esse mártir”.
Seu livro serviu como forte influencia nos sepultamentos – não apenas cristãos, e também nas incorporações de outras teses.
Portanto, podemos concluir que o Dia de Finados como conhecemos hoje sofreu forte influencia da Igreja Católica, essa, que também foi influenciada pelas obras de Santo Agostinho.
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