Idosos, que se encaixam no grupo de risco, devem evitar contatos desnecessários mas precisam encontrar novas formas de se manterem ativos
A pandemia de coronavírus que nos atingiu esse ano dispensa introduções, já que a vida de todos foi – em diferentes graus – afetada de maneira negativa.
Ainda que em alguns lugares do mundo a situação pareça caminhar rumo a uma estabilidade, no Brasil, no momento em que essa matéria é escrita, as coisas continuam muito ruins e perigosas, especialmente para os grupos de risco.
Para termos uma noção do quão pior pode ser a exposição desses grupos ao vírus, o Centro para a Prevenção e Combate a Doenças da China apontou que a taxa de mortalidade de pessoas acima dos 80 anos é de 14,8%, contra a média geral que, atualmente, está em cerca de 3,4%.
No Brasil, ainda não temos dados oficiais atualizados para utilizarmos como parâmetro e referência, mas ao analisarmos outros dados como o número de mortes diárias, tudo indica que a situação seja muito similar.
Além disso, é difícil prever quando esses grupos estarão menos suscetíveis ao contágio até que haja vacina ou tratamentos efetivos disponíveis. Assim, a melhor forma de se manter seguro continua sendo o distanciamento social.
Mas nós entendemos que se manter recluso por tanto tempo, principalmente quando falamos dos idosos, pode trazer uma série de efeitos indesejados.
Então, vamos abordar o que pode ser feito para contornar os efeitos colaterais do autoisolamento. Confira mais abaixo:
O movimento é ainda mais essencial
Todos nós já ouvimos diversas vezes o quanto praticar atividades físicas é fundamental para uma vida melhor e mais saudável.
Por isso, mesmo que pessoas idosas não tenham tido o hábito de se exercitar na fase adulta, a prática se torna ainda mais imprescindível na terceira idade e depois do sedentarismo como consequência do isolamento.
Caminhadas diárias e atividades do dia a dia que requerem – mesmo que pouco – esforço físico ajudam na manutenção da saúde dos mais velhos. Quando tiramos isso da rotina, alguns problemas tendem a aparecer.
Um dos principais deles é a sarcopenia, que a é a perda de força e massa muscular, causada pela diminuição de hormônios e, principalmente, falta de estímulos vindos das atividades físicas.
Conforme a idade avança, é natural a diminuição da capacidade física, mas quando a sarcopenia aparece, até mesmo atividades simples como ir até a feira, subir escadas ou erguer uma bolsa, podem se tornar um problema.
Além dela, é claro, poderíamos citar outras dezenas que são consequência de pouco ou nenhum estímulo físico. E já que desde o início dessa situação até a vinda de uma possível vacina o tempo em isolamento possa ser superior a um ano, é preciso agir o quanto antes.
Fazendo pouco mudamos muito
Como dissemos acima, até mesmo estímulos comuns, do dia a dia, contribuem para a manutenção da saúde dos idosos.
Logo, para a grande maioria deles não é preciso nenhum método de treino específico ou avançado para evitar que possíveis problemas apareçam.
Em entrevista ao Estadão, o educador físico Rodrigo Sangion contou que a maioria dos exercícios podem ser feitos com o peso do corpo ou simplesmente uma almofada. Dentre eles, podemos destacar o agachamento na cadeira, a flexão contra parede, a caminhada marchando e, é claro, os tão conhecidos alongamentos.
Dessa forma, ajudamos a prevenir problemas não só físicos, mas também mentais.
O impacto na saúde mental
A solidão é uma queixa comum entre muitos idosos. Com a formação de uma nova família, o distanciamento dos filhos acaba sendo inevitável.
No caminho para a idade avançada também se perdem amigos, conhecidos e outras pessoas que fazem parte do contato social do dia a dia.
Some tudo isso ao fato de estarmos em uma pandemia, em que os idosos têm que se manter em casa, e criamos um ambiente muito hostil para a saúde mental deles.
Então, como podemos enfrentar mais esse problema para que eles possam se manter seguros sem sair de casa?
Em primeiro lugar, podemos dizer que a prática de atividades físicas atua em mão dupla, já que ela também é uma excelente forma de combater a ansiedade e inclusive a depressão.
Depois, podemos recorrer à tecnologia. Ela tem sido muito útil para trabalhos remotos, mas também podemos utilizá-la para manter contato com nossos familiares e outras pessoas que não podemos ver no momento.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – São Paulo (SBGG-SP) mostrou que, em 2017, 64% dos idosos costumavam frequentar eventos sociais semanalmente.
Atualmente, o único meio de mantermos esse contato social com segurança é através de ligações e/ou vídeo chamadas regularmente.
Talvez, a tecnologia seja um pouco complexa para alguns idosos, mas em prol de estabelecerem contato com outras pessoas, eles certamente estarão abertos a experimentar essa nova possibilidade.
Você faz parte do grupo de idosos que está se mantendo em casa durante a pandemia? Deixe seu comentário aqui embaixo e conte para nós como está sendo essa experiência para você.
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