As três são tradições humanas que ocorrem há vários milênios. Suas histórias são repletas de culturas de muitos povos e curiosidades que nos intrigam até hoje.
Talvez você nunca tenha parado para pensar sobre a história do enterro e tudo o que o envolve. Afinal, essa tradição é muito antiga e está vinculada a quase todas as sociedades que conhecemos. Mas como esse costume começou?
O enterro
Engana-se quem acha que o enterro está diretamente ligado a uma religião em específico. Ainda que, ao longo da história, seja possível encontrar variantes dessa prática em alguns povos, como é o caso do funeral viking.
Mas, na verdade, o início dessa prática tem uma origem bem mais antiga, algo em torno de 6 mil anos atrás. Para termos de comparação, o registro mais antigo que temos de uma religião “completa” é do Hinduísmo, com textos de 3,5 mil anos.
Isso significa que o hábito de enterrar nossos mortos ocorreu em algum momento da Revolução Agrícola - período no qual deixamos de ser caçadores-coletores para nos assentarmos em uma região e cultivarmos os próprios alimentos.
Algumas teorias apontam que a necessidade de enterrar os mortos se deu por conta do processo de putrefação dos corpos, que eram deixados a céu aberto no mesmo lugar em que morriam. Com o passar do tempo, o cheiro da carniça atraia animais de diversos tipos, como aves e predadores, que representavam uma ameaça para o restante do grupo que ainda estava vivo.
Na mesma época, é possível encontrar o começo de “rituais” para que os mortos tivessem algum tipo de tributo. Objetos valiosos e restos de animais como chifres e garras eram utilizados para enfeitar o túmulo.
O velório
Como muitos dos fatos históricos, o surgimento do velório carece de fontes precisas, portanto, não há como comprovar suas origens.
Porém, muitos historiadores acreditam que esse costume teve início na Idade Média.
Nessa época, a burguesia europeia possuía muitos utensílios domésticos, especialmente os de cozinha (copos, pratos e talheres).
Acontece que, em algumas famílias, esses objetos eram feitos de estanho, um metal que pode ser tóxico para o corpo humano.
Assim, em algumas ocasiões, quando eram utilizados para consumir bebidas alcoólicas, por exemplo, a mistura desses elementos podia deixar o indivíduo com narcolepsia.
Quando os familiares o encontravam, estiravam seu corpo sobre uma mesa e faziam turnos para vigiá-lo, na esperança de que acordasse logo.
Posteriormente, já durante os funerais, as pessoas que acompanhavam o falecido carregavam velas (já que não existia energia elétrica) para iluminar o ambiente e também como uma forma simbólica. Daí, então, deu-se o nome da prática de “velório”, ou “velar o corpo”.
O sepultamento
Primeiramente, vamos esclarecer a diferença entre sepultamento e enterro, que é alvo de muita confusão entre as pessoas.
O enterro se dá simplesmente ao ato de enterrar alguém, independente da existência de um espaço adequado para isso.
Já o sepultamento, envolve realizar o enterro do falecido de maneira adequada, em um local próprio para o tamanho de uma urna (caixão) e para que sejam prestadas as últimas homenagens.
Quando falamos de entes queridos e demais pessoas, o ideal é utilizar a palavra sepultamento, que é mais adequada ao procedimento. Já que, quando falamos de enterro, podemos estar nos referindo a qualquer coisa, como enterrar objetos e animais.
Também não há consenso sobre quando surgiu a prática do sepultamento, mas há indícios de que ela começou alguns séculos antes de Cristo, com os hebreus.
Depois, a Igreja Católica passou a utilizar a prática por toda a Europa. Os sepultamentos eram comumente realizados dentro das próprias igrejas até o grande surto da peste negra, que matou milhões de pessoas.
Para abrigar a enorme quantidade de corpos, os europeus passaram a fazer amplamente os enterros, em locais inapropriados e sem os devidos padrões.
Basicamente, na nossa cultura ocidental, o sepultamento se tornou um ato de respeito ao falecido e um “desfecho” para o que a família viveu com a pessoa.
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